Peyronie

 

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Doença de Peyronie.É uma doença que caracteriza-se pela formação lenta e freqüentemente dolorosa de uma placa fibrosa que envolve o tecido cavernoso. Geralmente essa placa leva a uma deformidade peniana e algum grau de disfunção erétil.O diagnóstico da doença de Peyronie tem se tornado muito mais freqüente recentemente, porém esse aumento pode refletir muito mais a busca dos homens por tratamento do que um aumento real da incidência dessa doença na população.De qualquer forma, a incidência aumenta de acordo com a idade, de 4,3 por 100.000 homens entre 20 e 29 anos até o pico de incidência de 66 por 100.000 homens entre 50 e 59 anos. Cerca de dois terços dos pacientes se encontram entre os 40 e 60 anos de idade.Os sintomas da doença de Peyronie são: presença de placa ou fibrose; curvatura peniana durante a ereção, dor peniana e disfunção erétil.

Embora a exata etiologia da doença de Peyronie ainda seja desconhecida, microtraumas repetidos durante a relação sexual são aceitos como a causa mais provável da formação do problema.

Contudo, existem fortes evidências de uma predisposição genética para a doença de Peyronie. Em cerca de 2% dos pacientes existe história familiar da doença, associação com síndrome de Dupuytren (fibromatose palmar) em até 20% ou associação com doenças auto-imunes.

  foto de penis torto

foto de penis torto

 

Diagnóstico

Na maioria dos pacientes o diagnóstico é clínico. A curvatura pode ser tão grave que impede ou dificulta muito a penetração. Muitas vezes, a dor peniana também é importante e interfere na ereção. O paciente também pode referir flacidez peniana distal à placa, com o segmento proximal sem alterações.

O tratamento oral com vitamina E, colchicina, aminobenzoato de potássio (Potaba) e tamoxifeno tem demonstrado pouco sucesso, comparável aos resultados com placebo.

 

Tratamento cirúrgico:

 

1- Técnicas de encurtamento do pênis

 

Cirurgia de Nesbit: consiste na correção da curvatura peniana com o encurtamento do lado oposto à curvatura do pênis. Esse encurtamento é obtido através da excisão de elipses ou da plicatura da túnica albugínea do pênis. A cirurgia deve ser realizada somente após a estabilização da curvatura e tem apresentado cerca de 75% de sucesso.

Recentemente, temos realizado uma outra variação técnica da cirurgia de Nesbit, conhecida como múltiplas plicaturas paralelas. Esse procedimento consiste na realização de uma série de três a cinco plicaturas paralelas na túnica albugínea contralateral ao ponto de maior curvatura do pênis, sem a excisão de uma elipse da túnica albugínea. Essa técnica tem permitido um encurtamento menor do pênis.

2- Técnicas de manutenção do comprimento do pênis

 

A grande vantagem dessas técnicas é que não levam a um encurtamento do pênis, o que as torna muito atraentes.

· Excisão e substituição da placa de Peyronie: esse procedimento consiste na remoção completa da placa de Peyronie e sua substituição por enxertos autólogos ou sintéticos. A região exposta pela remoção da placa pode ser recoberta com “fascia lata”, veia safena ou por materiais sintéticos como goretex ou dacron.

Contudo, essas técnicas apresentam alto índice de complicações, representado principalmente pelo aparecimento de disfunção erétil após a cirurgia, que pode ocorrer em 60% a 100% dos pacientes operados, dependendo da técnica utilizada e da dimensão da placa de Peyronie.

 

3- Terapia extracorpórea por ondas de choque de alta energia

 

À semelhança da litotripsia extracorpórea por ondas de choque utilizada no tratamento dos cálculos renais, essa técnica tem demonstrado algum sucesso no tratamento da doença de Peyronie.

O método é ambulatorial, não invasivo, realizado sem qualquer tipo de anestesia ou analgesia, porém exige um aparelho de litotripsia, que permita a localização da placa de Peyronie por ultra-som.

O tratamento se constitui de três sessões de ondas de choque, com duração média de 40 a 60 minutos. A análise dos resultados iniciais revelou índice de sucesso de cerca de 70%, sem nenhuma complicação. A maioria dos pacientes referiu também uma melhora na qualidade das ereções.

Assim, apesar da pequena experiência com a terapia extracorpórea por ondas de choque de alta energia na doença de Peyronie, devido às suas características não invasivas, a inexistência de complicações importantes e aos resultados obtidos, o método merece atenção especial, devendo ser lembrado no tratamento de pacientes que não desejam realizar cirurgia.

 

fonte :  .Disfunção Sexual – Diagnóstico e Tratamento, Dr. Mario Paranhos