Próteses penianas – Indicações ao seu uso

  INTRODUÇÃO

  A etiologia da disfunção erétil (DE), ou impotencia, é multifatorial, sendo suas causas motivo de discussão desde o começo do século passado. Acredita-se que cerca de 52% dos homens entre 40 e 70 anos apresentem alguma disfunção sexual.   Com o aumento da expectativa de vida no mundo, e com o conseqüente aumento de doenças crônicas, o problema relacionado à saúde sexual tende a crescer bastante e o uso de próteses penianas deve acompanhar esse aumento.

Historicamente, o tratamento da DE envolveu vários métodos, desde os empíricos até os medicamentos orais e as próteses. Atualmente, utilizamos para tratamento da disfunção erétil medicamentos orais, tratamentos tópicos, dispositivos de vácuo, drogas intracavernosas e os implantes de próteses penianas.

O primeiro implante peniano foi feito por um cirurgião russo, Nikolai A. Bogaraz, em 1936, com a utilização de cartilagem de costela.O primeiro implante utilizando um material sintético foi feito em 1949, por Goodwin, com uma prótese de acrílico. Um cirurgião plástico egípcio, Beheri, foi o primeiro a colocar o implante dentro do corpo cavernoso.

Após a década de 1960, com o advento de novos materiais, foram iniciados estudos para confecção de próteses penianas com pouca reação tecidual. O uso de silicone, material desenvolvido pela NASA, promoveu um grande avanço na confecção das próteses e sua colocação causava alterações histológicas insignificantes. Em 1975, Small e Carrion implantaram cilindros de silicone  e este implante peniano alcançou melhores resultados, com  sucesso em 72 a 91% dos pacientes.

 

INDICAÇÕES DE IMPLANTES PENIANOS

 Pacientes com disfunção erétil de causa orgânica, nos quais as outras modalidades de tratamento foram insatisfatórias, contra-indicadas ou não aceitas pelo paciente, são candidatos eventuais à colocação de próteses penianas.

 Em pacientes que apresentam diabetes mellitus ou que tenham feito prostatectomia radical existe grande chance de falha no uso de medicamentos orais. Cerca de 25 a 30% dos pacientes que apresentam disfunção erétilnão respondem a drogas orais, 10 a 15% não conseguem seguir o tratamento com drogas injetáveis nos corpos cavernosos,  sendo nestes casos a colocação de prótese peniana um tratamento comprovadamente eficiente e com alto índice de satisfação do paciente e de sua parceira.

 Atualmente, as cirurgias para implante de próteses penianas são de baixo risco, fornecem uma solução definitiva aos portadores de disfunção erétil, com resultados bastante previsíveis e com altas taxas de satisfação. Desta forma, aumentam muito os índices de confiança do paciente nas relações sexuais, acarretando grande impacto na sua auto estima. 

A colocação de prótese peniana em portadores de doença de Peyronie é uma das opções de tratamento. Em um estudo prospectivo com mais de uma centena de pacientes portadores do problema, tratados com implante de prótese e comparados com pacientes que tiveram próteses implantadas por outras causas de disfunção erétil, observou-se a mesma evolução, em seguimento maior que cinco anos, tendo em vista os mesmos parâmetros em relação a problemas mecânicos nas próteses, satisfação pessoal, infecções ou outras iatrogenias.

As características fundamentais de uma boa prótese são: dar rigidez ao pênis o suficiente para a penetração, conforto no uso, segurança quanto a reações locais, discrição durante a vida cotidiana do paciente e ter vida útil duradoura.12